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Island Records
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Descrição

Artista - Nick Drake

Título - Five Leaves Left

Gravadora - Island Records (Back To Black)

Ano - 2013 (1969)

Formato - reedição remasterizada / LP, vinil simples / capa dupla

 

Não é de se estranhar que Nick Drake tenha se sentido frustrado com a falta de sucesso comercial que sua música teve inicialmente, considerando a ajuda que teve em seu álbum de estreia. Além da produção refinada de Joe Boyd e da colaboração de nomes como Richard Thompson (do Fairport Convention) e o baixista Danny Thompson (do Pentangle, sem parentesco), Drake ainda contou com o amigo de escola Robert Kirby para criar a maioria dos arranjos de cordas e sopros — precisos na medida certa. Sua própria performance mantém um equilíbrio cuidadoso entre acessibilidade excessiva e introspecção melancólica, combinando o melhor dos dois mundos sem cair nas armadilhas de nenhum.

O resultado foi uma estreia fantástica — e se o culto a Drake costuma projetar mais em sua obra do que ela necessariamente oferece, Five Leaves Left continua sendo um trabalho extremamente bem-sucedido. Tendo superado os estilos simpáticos, mas derivativos, registrados nas fitas caseiras que circularam por anos como bootlegs, Drake infunde suas composições com a dose exata de drama — cansaço do mundo em sua voz, instrumentação com ritmo calculado e outros detalhes que fazem tudo funcionar. Suas letras revelam uma poesia emocional sutil, como na fantasia pastoral de "The Thoughts of Mary Jane", que seu canto suave e articulado eleva ainda mais. Às vezes ele se projeta com mais clareza — como na impressionante combinação de voz e cordas em "Way to Blue" — e em outras, insinua mais do que revela, apenas sugerindo estados de espírito.

A sutileza é a chave para o sucesso de suas canções e interpretações, o que torna tão eficazes combinações como sua voz com os congas de Rocky Dzidzornu em "Three Hours" e o arranjo encantador de "'Cello Song". Danny Thompson é o músico convidado mais constante do álbum, com um trabalho de baixo que traz peso sutil sem nunca atrapalhar a canção — mérito também da produção de Boyd, que soube dar espaço e delicadeza à obra.