Artista - William S. Fischer
Título - Circles
Gravadora - Real Gone Music / Embryo Records
Ano - 2020 (1970)
Formato - reedição remasterizada / LP, vinil simples, preto translúcido
A década de 1970 foi uma época de experimentos inebriantes na música popular, mas pouquíssimos discos - e menos ainda nas grandes gravadoras - chegaram perto de igualar o terreno estilístico coberto pelo álbum Circles, de William S. Fischer. Fischer, compositor/arranjador/tecladista/saxofonista afro-americano, cresceu em meio à floresta com artistas como Ray Charles, Fats Domino, Muddy Waters e Percy Mayfield... e depois deu uma guinada repentina para a esquerda ao estudar música eletrônica em Viena em meados dos anos 60. Lá, ele conheceu Joe Zawinul e acabou escrevendo cinco das seis músicas do inovador álbum de Zawinul, The Rise and Fall of the Third Stream, de 1968.
Fischer passou a fazer arranjos para Herbie Mann, que o contratou para sua marca Embryo da Atlantic Records; Circles foi o primeiro e único lançamento de Fischer para a gravadora. E ele não desperdiçou a oportunidade; uma mistura absolutamente alucinante de funk de Sly Stone, heavy metal à moda de Hendrix, soul sulista, jazz fusion e explorações ao estilo de Stockhausen no sintetizador Moog, Circles contou com a mesma banda (o baixista Ron Carter, os guitarristas Eric Weissberg e Hugh McCracken) com a qual Fischer havia trabalhado enquanto atuava como diretor musical no clássico underground de Eugene McDaniels, Outlaw, complementado pelo baterista Billy Cobham e uma seção de violoncelo com cinco integrantes.
Com uma formação como essa, não é de se admirar que o alcance artístico de Circles seja de tirar o fôlego, mas, de alguma forma, ele consegue se unir de acordo com sua própria lógica interna e maluca; continua sendo um dos lançamentos mais aventureiros e colecionáveis de sua época. Para esta que é sua primeira reedição em vinil, prensamos 2.000 cópias em vinil “black ice”, preservamos a capa original com estêncil recortado em forma de “círculo” e adicionamos notas de Peter Relic que apresentam citações do próprio Fischer. Para o ouvinte intrépido!
