Artista - David Lee; Vincent; Michael Colson; Bruce Sherman; Greg Haage; Scott Bruder; S. Work; Luigi Piergiovanni; Keope; Metamorphosis; Lorad Group; Terrance Coleman; Ricky J; Ski Johnson; Mensah; Jeff Jones; Paul Steven Ray
Título - The Style Of Life
Gravadora - Numero Group
Ano - 2025
Formato - coletânea / LP, vinil duplo
The Style Of Life é uma coleção de faixas reunidas após uma investigação que vai além da história reconhecida da música popular e de outros grandes momentos da realização cultural, mergulhando também nos fragmentos obscuros da síntese digital. Encontrados em discos, fitas cassete, CDs e arquivos de áudio, esses encantadores objetos-memória ficaram escondidos em casas e online, esperando para serem descobertos e relembrados através da lente de futuros movimentos musicais que brotam de um novo mundo virtual. Um mundo cada vez mais interiorizado, onde o pensamento faz parte da dança, você existe em segundo plano, e novas combinações sonoras podem abrir portais de percepção para paisagens sonoras interdimensionais.
Esteticamente, essas composições são majoritariamente digitais e predominantemente instrumentais, vindas de lugar nenhum em particular e tocando as extremidades de quase tudo: smooth jazz dos anos 80 e 90, trilhas de videogame dos anos 90/2000, library music, pop, house, new age, R&B, soul e até música clássica. A música transita com liberdade e brincadeira entre esses pontos de referência, mas nunca pousa totalmente em nenhum deles. Ou seja: não foi criada para fãs de um gênero específico. Digital demais para ser jazz, não pertencente a nenhuma trilha sonora oficial, ausente dos arquivos de grandes selos de library, sem o lirismo poético do pop e ritmicamente ousada demais para a serenidade típica do new age. Em vez disso, foram obras realizadas para os próprios compositores; artefatos trazidos de jornadas pelos mundos interiores que criaram, feitos para adornar a paisagem sonora de suas próprias vidas. Não havia público — até que um surgiu lentamente, a partir das mudanças coletivas de interesse. Não se trata apenas de música private press, mas de personal press: um espaço musical em busca de um lugar para ser ouvido. Não em salas de concerto ou grandes arenas de rock, mas como um som puro emanando de um ambiente doméstico. Uma música além do entretenimento.
Nada disso foi gravado em um estúdio sofisticado, um grande espaço acústico coletivo. Ao contrário, foi montado em gravadores de fita domésticos ou dentro de um computador, por um único compositor. O “espaço acústico” só se materializa quando você o escuta. Introvertidos e íntimos, esses sons hermeticamente selados, quase como brinquedos, só poderiam ter emergido da inércia de uma mudança brusca no curso da história humana — um momento tão próximo do presente que seu significado ainda em desdobramento é frequentemente subestimado, pouco investigado ou simplesmente ignorado. A Grande Digitalização está sobre nós.
