Artista - Tortoise
Título - Standards
Gravadora - Thrill Jockey
Ano - 2017 (2000)
Formato - reeedição/ vinil simples
"Standards", o quarto álbum completo da banda Tortoise, de Chicago, anuncia corajosamente seu retorno após TNT, de 1998.
O Tortoise passou a maior parte de 1998 e uma parte de 1999 em turnê pelo mundo. Após as turnês pelos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Japão, Brasil e Austrália, os membros do Tortoise trabalharam em outros projetos que os ocuparam até a primavera de 2000, quando começaram a gravar Standards. Em 1999, os membros da banda fizeram uma turnê pelos EUA como banda de apoio do lendário compositor/cantor brasileiro Tom Zé. Os membros do Tortoise, Dan Bitney, John Herndon e Jeff Parker, trabalharam meticulosamente para gravar e fazer turnês em apoio a dois álbuns completos do Isotope 217. Parker também contribuiu para dois discos gravados sob o nome Chicago Underground, participou do filme High Fidelity e emprestou seu talento a vários outros discos. Douglas McCombs realizou um álbum completo e um EP (com lançamento previsto para janeiro de 2001) como Brokeback e gravou novos discos com Eleventh Dream Day e Pullman. John McEntire concluiu a construção de seu Soma Electronic Music Studios, compôs e gravou músicas para o filme Reach the Rock, de John Hughes, e ainda conseguiu gravar e/ou produzir Stereolab, The High Llamas, The For Carnation, Smog and The Sea & Cake, além de Standards.
Musicalmente, Standards é sua declaração de propósito mais concisa até o momento. As músicas são diretas e imediatas, mas ainda assim mantêm a vantagem exploratória que sempre caracterizou a produção do grupo. A fusão de sons instrumentais (elétricos, acústicos e sintetizados) é sutil e subversiva. Da mesma forma, a fluência do grupo no ambiente de estúdio confere ao trabalho final uma qualidade que alterna entre artifício e realidade. Enquanto TNT foi construído no estúdio usando segmentos gravados, improvisados ou alterados eletronicamente, as sessões de "Standards" começaram após um período de ensaio e composição. O contraste, em termos simples, é que o estúdio foi usado extensivamente como uma ferramenta de composição para TNT, enquanto que com Standards ele foi usado predominantemente como ferramenta para realizar e aprimorar as novas composições existentes. O estúdio não se impõe na gravação no mesmo grau que testemunhamos em TNT, e o disco resultante lembra, em muitos aspectos, a estreia sem adornos da banda. Os sons, as notas e os ritmos são manipulados (como a bateria em "Seneca"), mas, em geral, o processamento é moderado (com exceção da primeira metade de "Benway", que é totalmente sintetizada). Desde a abertura dramática de "Seneca" até as melodias elevadas de "Blackjack"; desde o balanço de "Benway" até o movimento de "Six Pack", Standards é tudo menos padrão. As melodias altamente líricas do Tortoise, a paleta tonal rica e variada e o alto nível de musicalidade foram gravados em um estúdio projetado por McEntire. O registro resultante é a demonstração mais clara das muitas habilidades e pontos fortes da banda.
Nos últimos anos, o Tortoise tornou-se parte do tecido de nossa cultura. Eles inspiraram inúmeros outros músicos. Sua música tem sido usada em comerciais, filmes e desfiles de moda. Eles usaram cada disco sucessivo e cada colaboração, seja com Autechre, Tom Ze, Steve Albini, Derrick Carter ou Oval, para citar alguns, para ampliar seus limites musicais pessoais, individuais e coletivos. John Herndon comentou certa vez: "Quando nossa música funciona melhor, ela pode ser um pano de fundo para sua vida ou você pode se concentrar totalmente nela". Como em todos os seus trabalhos, Standards atende a essas duas funções duplas e o faz de forma mais confiante e completa do que seus antecessores. Standards é um documento de lições aprendidas e habilidades refinadas. É claramente seu melhor trabalho até o momento.
