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Rocinante / Três Selos
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Descrição

Artista - Orlandivo

Título - Orlandivo

Gravadora - Rocinante Três Selos

Ano - 2025 (1977)

Formato - reedição / LP, vinil simples, branco, 180g

 

Se a bossa nova correu para conquistar também o mundo naquele início de década de 1960, o sambalanço demorou um pouco mais para ser cultuado no exterior. Também, tratava-se de uma febre regional, popular, naquele período político ufanista e de urbanização frenética. Enquanto a revolução da bossa era intelectualizada, o levante em nome do balanço e da louvação ao samba vinha do cenário febril dos clubes, boates e bailes do subúrbio carioca. O momento era de transformação, e num misto de inquietação, desassossego, ebulição e euforia, diversos compositores, músicos, cantores e cantoras, contaminaram o samba com o vírus do balanço. Orlandivo Honório de Souza foi fisgado pelo sambalanço, de imediato, e logo se destacou como cantor, compositor, batuqueiro e irremissível ritmista com seu inseparável molho de chaves. 

Orlandivo, seu disco lançado pela Copacabana em 1977, marcava o fim de um hiato de 12 anos sem gravar. Cuidando dos arranjos e dos teclados estava João Donato, que naquela década havia enfileirado uma impressionante série de discos voltados ao funk e ao fusion, como A Bad Donato, DonatoDeodato, Quem é Quem e Lugar Comum. “Ó, vai procurar o Lincoln, pois eu não sei fazer disco pra vender”, insistia Donato, que custou a ser convencido a trabalhar no disco de Orlandivo.

A abertura do álbum é com três pedradas de Orlandivo e Durval Ferreira: “Tudo Joia”, “Um Abraço no Bengil” e “Gueri-Gueri” — dançantes e perfeitas, com o acompanhamento certeiro de Jose Menezes, Sivuca, Copinha, Ivan “Mamão” Conti, Helcio Milito, Chico Batera e João Donato. Orlandivo e Durval criaram ainda duas canções do LP com o amigo Chico Anysio: “Juazeiro” e “Disse Me Disse”.

Mesmo com a bossa nova tentando sufocar o sambalanço na disputa pelos ensaios jornalísticos e pelo respeito dos ouvintes, o sambalanço continua vivo, muito graças a redescobrimentos de álbuns formidáveis como este que você segura em mãos. Como Orlandivo dizia, com toda razão, este “é um disco que não vai sair de época nunca”.

Esta edição é em vinil marfim180g, inclui encarte com letras e texto do jornalista e escritor Bento Araujo, autor da série de livros Lindo Sonho Delirante.