Artista - Mild High Club
Título - Skiptracing
Gravadora - Stones Throw Records
Ano - 2023 (2016)
Formato - reedição / LP, vinil simples
O fundador do Mild High Club, Alexander Brettin, cresceu tocando flauta na banda da escola e se especializando em estudos de jazz em Chicago. Em 2012, uma visita a Los Angeles permitiu que ele se conectasse com a equipe da Stones Throw. Em um ano, depois de passar as primeiras demos do que viria a ser Timeline para a Peanut Butter Wolf, Brettin mudou-se para o oeste.
"A diferença entre Timeline e Skiptracing são os detalhes", disse Brettin. "Eu era teimoso com o processo do Timeline; levei quase três anos para deixá-lo de lado." Em Timeline, Brettin recorreu a letras vagas para destacar a música em si. Mas em Skiptracing há um aspecto temático mais intenso e arranjos musicais mais complexos que o envolvem. Na opinião de Brettin, o arco da história do álbum é o de um "investigador particular que tenta rastrear os passos do som e do espírito da música americana".
E, ao investigar o espírito da música americana, o Mild High Club reimagina os sucessos das rádios AM como se estivessem vindo de um universo paralelo, o som do início dos anos 70 de Los Angeles em uma névoa de sativa. Se Todd Rundgren foi a principal pedra de toque para Timeline, Brettin e sua banda agora se voltam para a sagacidade irônica e incisiva de Steely Dan, olhando profundamente para o lado sombrio da ensolarada Los Angeles e apresentando canções cativantes sustentadas por frases de jazz escorregadias.
Se você se aprofundar nas letras e nas imagens, a história de detetive surgirá aos poucos. Mas não se trata de um simples enigma? Em vez disso, pense em The Long Goodbye, The Late Show, Chinatown, Night Moves ou qualquer outra inversão do gênero detetive noir do início dos anos 70, em que o protagonista acaba investigando a si mesmo, olhando para o próprio umbigo para resolver o mistério final. Skiptracing é Philip Marlowe dirigindo por Los Angeles ouvindo Caetano Veloso ou aquela cena deletada de The Killing of a Chinese Bookie, de John Cassavetes, em que Cosmo Vitelli lê Cosmic Trigger.
Ao criar Skiptracing, o Mild High Club fez um álbum que atinge um equilíbrio entre os aspectos conhecidos e desconhecidos da arte e da criação. Embora Brettin tenha procurado ter controle total sobre a criação do álbum anterior, ao se abrir e permitir a entrada dessas variáveis criativas, ele aprendeu uma lição valiosa que está no cerne do próprio Skiptracing: "Quando você deseja o desconhecido, pode se surpreender com as recompensas."
