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R$330,00
Sam Records
Descrição

Artista - Mal Waldron; Jean-François Catoire; Christian Vander

Título - Rat Now... Paris 70'

Gravadora - Sam Records

Ano - 2024

Formato - material de arquivo / LP, vinil simples, 180 gramas

 

Gravações ao vivo do Mal Waldron Trio de 1970 nunca antes lançadas. Primeira edição oficial com total permissão e cooperação do Espólio de Mal Waldron e do INA (Institut National de l’Audiovisuel).

O registro foi feito no interior do Hotel Palais d’Orsay, em Paris, no dia 10 de março de 1970. Naquele momento acontecia o Festival Internacional do Som da cidade, e esta gravação foi transmitida no programa de rádio “Jazz Vivant”, apresentado por André Francis. A performance aqui registrada — inédita em disco — captura o renascimento artístico do pianista Mal Waldron, à frente de um trio formado pelo baterista Christian Vander (cofundador do Magma) e pelo baixista Jean-François Catoire (parceiro de longa data de Vander).

A carreira de Waldron estava reacendendo após seu exílio europeu, parte de um longo processo de reconstrução pessoal após anos lutando contra a dependência química.

Em 1969, ele havia gravado Free at Last para o recém-criado selo ECM — o primeiro lançamento da gravadora. Dois anos depois faria o mesmo pela Enja Records. Antes disso, em 1970, ele também excursionou pela primeira vez no Japão, país onde ganharia popularidade imediata.

Antes do presente concerto de 10 de março de 1970, Mal Waldron havia se apresentado no verão anterior em um clube de Antibes, o Early Bird, tocando com os mesmos parceiros Christian Vander e Jean-François Catoire. Muitos críticos elogiaram a qualidade daquele trio, e o falecido Maurice Cullaz, grande admirador de Waldron, chegou a dizer que “raramente ouvi esses três músicos tocarem de forma tão extraordinária.”

Assim, era natural que, quando o trio voltou a se reunir em março, em Paris, a mesma coesão aparecesse na música de abertura, “Rat Now”, tema presente no álbum Free at Last gravado para a ECM (novembro de 1969), apenas quatro meses antes deste concerto. O pianista toca durante toda a faixa com seu estilo característico: a mão esquerda sustentando um fluxo constante, enquanto a direita libera uma energia controlada. A percussão desenfreada de Christian Vander acrescenta uma dimensão livre à peça, reforçando uma austeridade que revela a influência fundamental de Thelonious Monk no estilo de Waldron, ao lado de Bud Powell.

O próprio Waldron dizia: “Depois que caí no fundo, não consegui reencontrar o lado lírico do meu toque. Minha forma de me expressar se tornou mais densa; mais concentrada.”

Esse legado torna-se ainda mais palpável na faixa seguinte, “Champs Elysées”, composição presente no álbum Impressions (1959). As linhas melódicas, carregadas de blues, se misturam com entusiasmo às figuras em espiral criadas por Mal e seus parceiros.