Artista - Bad Brains
Título - Black Dots
Gravadora - Vinilisssimo
Ano - 2013 (1996)
Formato - LP / vinil simples, 180 gramas
No início do verão de 1979, os Bad Brains já estavam agitando Washington D.C. Eles estavam armados com uma fita que haviam feito no ensaio, uma coisa bem robusta, e estavam procurando pessoas para tocá-la. Os Slickee Boys a ouviram e sugeriram que a banda gravasse essas músicas no incipiente Inner Ear Studios, em Arlington, VA. O que você tem em suas mãos é a primeira sessão completa da banda em um estúdio de gravação. Naquela época, o Inner Ear era o porão de Don Zientara. Don tinha um deck de fita Teac 1/4" de quatro pistas e uma pequena cabine de bateria em um dos lados do porão. Doc e Darryl se instalaram no espaço principal, enquanto Earl, de alguma forma, conseguiu entrar no "armário" com seu kit de bateria. HR estava no quintal com o microfone de voz (você pode ouvir o filho de Don falando com HR entre as faixas, junto com alguns grilos também) e Don estava na cozinha no andar de cima. Naquele dia, tudo estava certo e a banda tocou direto seu set ao vivo daquela época, incluindo "Black Dots" e "Pay to Cum", músicas que eram rápidas demais para serem tocadas ao vivo de forma satisfatória para a banda.
O conjunto desse disco representa todas as músicas da banda, seu primeiro mês de produção, começando com a primeira música que a banda escreveu, "Don't Need It". Como acontece com todas as gravações em quatro faixas, algumas decisões foram tomadas "indo para a fita", sendo a mais notável o reverb sinistro na bateria, e essas escolhas fazem parte da mixagem para sempre. Formada como Mind Power um ano antes, foi só quando seu primeiro vocalista, Sid McCray, apareceu no apartamento de Darryl, em SE D.C., com seus discos e alfinetes de segurança, que a banda se transformou no grupo de punk progressivo hoje conhecido como Bad Brains.
Eles eram uma dose de Dead Boys com algumas doses de The Damned misturadas com Sex Pistols e The Clash. Todo o material desse disco foi escrito enquanto a banda morava junta em uma casa em Bayway, em Maryland. Doc havia adquirido a casa do gerente do Rustler Steak House, onde ele trabalhava. HR e Darryl também conseguiram empregos lá, mas não duraram muito e acabaram lavando carros na concessionária da rua. Earl estava lavando roupas no hospital comunitário. Doc então conseguiu um emprego para ele e HR na Atlantic Research and Development, uma fábrica de bombas que fabricava mísseis Stinger e MX. Darryl, sem carteira de motorista, ia buscá-los à meia-noite e os levava para o ensaio na casa de Bayway. Eles moraram nessa casa por cerca de seis meses, do final de 1978 até meados de 1979.
Saíram de lá depois de fazer uma série de shows em festas que eles organizavam no porão. Sid subia no palco e começava o show cantando "Regulator". Sua namorada Tally corria para o palco, o agarrava e o derrubava do palco, e HR assumia o microfone pelo resto do show. Não demorou muito para que Sid deixasse o canto completamente para HR e todas as suas vocalizações sonoras e lirismo.
Não é preciso dizer que a casa ficou um pouco destruída e, quando eles saíram, Darryl foi morar com Sid e todos os outros voltaram a morar com seus pais. O passo seguinte foram os primeiros shows em clubes, no Atlantis (mais tarde chamado de 9:30 Club) e no Madam's Organ (em Adams Morgan, MO, com os Yippies e Youth Against Racism), conquistando a cena punk/new wave de Washington com sua investida sonora e curvas musicais inteligentes. Foi nesse momento que esse disco foi feito. Darryl foi jogado na rua pelos seguranças depois que a banda abriu para o The Damned no Bayou, o que fez com que a banda fosse banida do clube. Com o Atlantis em reconstrução e o Bayou agora fora dos limites, as possibilidades em D.C. estavam diminuindo para a banda. Nova York tinha o CBGB's, o Max's Kansas City, o Tier 3, o 2 + 2, o A7, o Hurrahs, o The Eighties, o Pep Lounge e os squats. A cena estava em alta, então a banda foi para Nova York pela primeira vez. Eles nunca olharam para trás. Em vinil de 180 gramas com capa interna colorida.
